No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

Crimes Continuados II

Verbas para a recuperação da tragédia da Região Serrana do Rio roubadas: evocação de Dilma desfilando com o vice governador do Rio, que responde pela alcunha de Pezão, no início do ano, para em meio a destruição dar uma “força” ao voto “Tiririca” que ajudou a elegê-la.
Lula e o Ministro da Educação promovendo um congresso da UNE, aliada de Dilma, do PCdoB e de criminosos ambientais: evocação da corrupção na administração pública e em estatais.
E assim, os crimes continuados já denunciados neste artigo de outubro de 2006:

Pele de Cordeiro
O Presidente Lula pode bater no peito e dizer bem alto: “nunca na História deste país as forças do atraso chegaram a uma perfeição tão grande como em meu governo”. Hoje as elites econômicas, banqueiros e todos aqueles que auferem lucros astronômicos em detrimento de nossa população e sustentam a ferro e fogo o atual governo, garantindo o seu apoio político com as milionárias verbas dos mensalões, projetos sanguessugas e pelo menos no caso do Rio de Janeiro, com apoio do crime organizado (tráfico de drogas, armas, jogo, lenocínio e máfia das vans) como começam a mostrar os últimos fatos. Tudo isto feito sob a égide de um lobo que veste uma pele de cordeiro para obter popularidade com o sofrido povo do nordeste, dos milhões de habitantes dos grandes centros urbanos, que não têm nenhum direito humano ou cidadania, vivendo sob o jugo de traficantes ou dos milhares que sofrem nas filas da Previdência Social ou morrem nas portas dos hospitais públicos sem nenhum atendimento. Para garantir a sua popularidade o nosso líder não hesita em obter apoio das piores lideranças deste país, em elogiar o ex-presidente cassado Collor, em adotar as teses ademaristas ou malufistas de que rouba mas faz ou estupra mas não mata, reclamando até que querem mudar o povo, já que um povo educado e com um mínimo de informação jamais aplaudiria um presidente que considera uma grande virtude ser um iletrado e um desfrutável garantindo assim a sua eterna inocência nas falcatruas cometidas ao seu redor e supostamente em seu nome, alternando convenientemente a “Pele de Cordeiro” com a “Pele de Asno”, num primor da vitimologia.
O Partido dos Trabalhadores conseguiu eliminar não só o pensamento de esquerda deste país, como os partidos políticos com uma visão mais social. A ética e a moralidade pública acabaram no lixo junto com grandes conquistas políticas da sociedade brasileira.
Na década de sessenta a Educação era considerada uma alavanca preciosa para promoção social, pois um povo alfabetizado e bem informado poderia através do processo eleitoral democrático mudar a nossa sociedade varrendo as forças do atraso. Para tal, milhares de jovens entusiasticamente se voluntariavam para treinamento e a formação de grupos de trabalho aplicando o método Paulo Freire de alfabetização e conscientização, já que trabalhavam com o universo vocabular e com os problemas diários das populações. Os golpistas de 1964 acabaram com esta grande batalha contra a ignorância. Enquanto isso, o atual governo mantém a população ignorante, criando apenas projetos, como por exemplo o de cotas raciais nas universidades, bem no seu estilo populista de modo a aliviar as tensões sociais produzindo universitários analfabetos, mas manipuláveis.
Nos meus mais de quarenta anos de convivência universitária entre graduação, pós-graduação e magistério superior assisti e sempre combati a germinação dos grupelhos que usavam a Universidade para a formação destas aberrações políticas que dominaram a sociedade brasileira. Na época da ditadura um dos maiores desvios éticos na minha universidade, a UFRJ, era um Reitor que tinha um contrato de trabalho de quarenta horas semanais na Escola de Engenharia e outro de vinte horas na Faculdade de Arquitetura. Todos diziam: “Absurdo, sessenta horas de trabalho semanais!”. Ah, eu ia me esquecendo, também havia o caso de um Professor, que mais tarde virou uma das “estrelas” do PT no mundo acadêmico, que foi promovido ao arrepio da lei e a Reitoria dizia que tinha que acatar, pois eram ordens superiores. O escândalo foi tão grande que o Professor foi “despromovido”. Com a “democratização” a Universidade acabou dominada pelo empreguismo, populismo e assembleismo, transformando-se em uma grande máquina política que usava as verbas públicas a serviço de certos grupos. Os professores e pesquisadores que trabalhavam seriamente e produziam conhecimento neste país passaram a uma situação equivalente a das populações dos bairros populares sob o jugo dos traficantes.
No passado os partidos de esquerda sérios conviviam com organizações sem muita expressão, como por exemplo a AP (Ação Popular) que era formada basicamente por jovens de classes sociais mais abastadas que consideravam “IN” (usando a alienante linguagem atual) fazer política de esquerda, mas ficando ao largo daqueles tipos como Zé Sapateiro, João Capenga, Cachimbo e outros líderes populares com quem teriam que militar nos partidos de esquerda sérios. Com o tempo os jovens da AP e outras organizações equivalentes acabaram seus cursos universitários, fizeram seus doutorados transformando-se em ricos empresários, profissionais liberais, professores etc e saíram em busca dos sonhos da juventude para formar um partido político “clean”, sem aqueles personagens indesejáveis que misturavam a pureza da teoria política com grosseiras reivindicações sociais prementes. Para isto deveriam ter um líder simbólico, uma espécie de Rainha da Inglaterra com grande carisma, mas que pudesse ser manipulado. Lula foi a figura perfeita, pois era um sindicalista, daqueles de sindicato americano, que aplaude o capitalismo selvagem apenas negociando com os patrões uma maior participação nos lucros o que funcionava bem na nossa indústria automobilística pois era uma das mais desenvolvidas com seus operários elevados a padrões de classe média. Sindicatos pobres, como, por exemplo, de cortadores de cana ou agricultores bóias frias que se danassem, pois esta era a essência do capitalismo: “No mundo só podem existir vencedores e vencidos”. Desta salada ideológica nasceu o nosso PT, apagando de nossa política qualquer outra organização de esquerda ou com visão social. Ser esquerda é ser petista! Nesta marcha foram alavancados pela brutal repressão política da década de setenta que seletivamente eliminava as lideranças políticas mais sérias e portanto indesejáveis. Os exemplos estão aí: O PCdoB virou capacho do poder, os líderes estudantis são assalariados e manipulados, sindicalistas corrompidos, travestidos em ministros e colocados em conselhos de estatais com ganhos milionários, lideranças dos movimentos sociais cooptadas e vamos por este lamaçal afora.



Julho de 2011: Lula, o presidente da UNE e o ministro da Educação confraternizando no Congresso estudantil chapa-branca.

Até aqueles, os "Teólogos da Libertação", que defendiam ser a Fé uma opção racional a um sistema de dogmas e, portanto só um povo livre e alfabetizado poderia participar do amor divino, hoje preferem a Igreja Medieval, com o povo justificando o sofrimento com as clássicas palavras: “Deus quis assim”.


Enquanto isto, o cadáver da Irmã Dorothy fica esquecido junto com a Ética e Esperança.

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