No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




domingo, 22 de junho de 2014

Execução no "território" de Pezão

                        Reportagem Folha de São Paulo de 20/6/2014.

...enquanto isto, o supremo-ministro Barroso mais uma vez rasga as leis e a ética, declarando fora dos autos processuais a sua defesa dos mensaleiros: "quem está preso tem pressa".  

enquanto isto, Lula declara: "a verdade deve vencer a mentira e a desinformação"

E a "Presidenta"?  Esta, como sempre, apenas desimportâncias como: "a gente vai provar mais uma coisa neste país blá-blá-blá..."

Os estampidos dos tiros nem sequer acordaram o Cardeal, muito menos o "pezão" - alcunha do governador do Rio -, nem perturbaram o ócio de Ideli Salvatti, simulacro de ministra dos Direitos Humanos nomeada por Dilma para este "emprego".

sábado, 21 de junho de 2014

Premio Portugal Telecom de Literatura 2014



Sobre o Prêmio Portugal Telecom de Literatura-2014

Com o fim de qualquer espírito crítico, não só na área cultural como em todos os setores de nossa sociedade, vemos medrar o que chamaríamos de crítica de aplausos. Uns elogiam aos outros, para depois serem elogiados, numa mediocridade sem fim. O que interessa é o “Mercado”, onde tudo é reduzido a lucros.

Infelizmente as regras do “Mercado”, que acabaram substituindo qualquer critica literária séria, “contaminaram” e estão acabando com princípios de seriedade intelectual.

Note pelas palavras da curadora do Prêmio Portugal Telecom de Literatura, senhora Selma Caetano, que escritores, jornalistas e professores universitários não têm nenhum pejo em participar de bancas de concursos literários, onde as obras simplesmente não são lidas, analisadas e criticadas:

Caro Sr. Teócrito,
Segue a resposta à sua ponderação:

um júri de dezenas de membros pode ter lido todas (ou quase todas) as obras inscritas porque a curadoria convida para a função de jurado da 1ª etapa do prêmio apenas e somente profissionais que tenham como objeto de trabalho a literatura em língua portuguesa e que tenham acompanhado os lançamentos de 2013 de forma adequada para ser capaz de escolher com isenção, sem ter necessidade de receber os livros inscritos pois, como falei, seu material de trabalho diário são os livros.
Dito isso, repito que o material de divulgação paralelo recebido por alguns jurados não desempenhou papel sequer secundário na avaliação das obras, pois eles não estavam previstos neste processo.
(enviado com cópias para os curadores de crônica/conto, poesia e romance, respectivamente, Cintia Moscovich, Sérgio Medeiros e Lourival Holanda).
Nesta mensagem a senhora Selma Caetano reafirma suas palavras já ditas no vídeo divulgado no site do Prêmio Portugal Telecom de Literatura e que pode ser visto no link abaixo:
http://www.premioportugaltelecom.com.br/livros-semifinalistas-indicados-2014/

Ao enviar minhas ponderações, inicialmente à senhora Cintia Moscovicht, citando o vídeo onde a Curadora Geral do Prêmio Portugal Telecom fala no envio de material de “divulgação” diretamente para membros do júri, esta se mostrou surpresa, respondendo-me com a mensagem que transcrevo abaixo:

Prezado Sr. Teócrito,
Em momento algum a senhora Selma Caetano pode lhe ter dado essa informação já que a mesma absolutamente não procede. Como o senhor mesmo constatou, no edital supra citado apenas se pedem os exemplares impressos. Selma Caetano é curadora e principal incentivadora do prêmio, nele trabalhando há mais de 12 anos, sendo impensável que ela lhe tenha informado tal discrepância. Peço-lhe o obséquio de me informar onde o senhor viu tal afirmação e, se possível, que me envie cópia do mesmo. Faço chegar sua correspondência à sra. Selma Caetano e aos demais curadores para conhecimento.
Sendo o que se apresentava, muito cordialmente despeço-me,
Cíntia Moscovich.

Depois esta senhora passou simplesmente a usar argumentos dissuasivos, tentando me convencer de que houve apenas um “mal entendido”. Ou seja, argumentos nada objetivos.

Venho de tempos mais éticos, tendo participado, como professor do Instituto de Física da UFRJ, de dezenas de bancas de concursos públicos e defesas de teses. O critério de julgamento era unicamente o previsto nos editais, sendo consideradas faltas graves conversas paralelas ou canais de comunicação entre candidatos e bancas.

Candidatos selecionados por leitura de resenhas e comentários na mídia acabam tendo seu trabalho conspurcado, já que são “eleitos” em detrimento de outros que não tiveram suas obras lidas. Lembro também que o Prêmio Portugal Telecom de Literatura foi financiado com dinheiro público, através de renúncia fiscal, o que agrava ainda mais o não cumprimento do previsto nos editais, já que futuramente isto pode resultar na desmoralização dos selecionados.

Não devemos descartar também um viés ideológico, onde críticas são banidas, privilegiando assim os alinhados com o “sistema”. Susan Sontag já dizia há alguns anos:

“...Quando os livros se tornarem `textos´ com os quais `interagiremos´ segundo o CRITÈRIOS da UTILIDADE, a palavra escrita terá se transformado simplesmente em mais um aspecto da nossa REALIDADE TELEVISUAL REGIDA PELA PUBLICIDADE. Esse é o glorioso futuro que está sendo criado e prometido para nós, como algo mais `democrático´. É claro, isso significa nada menos que a morte da interioridade – e do livro.”

Ler mais em "Internet e Literatura": http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=547AZL002

Espero uma manifestação dos participantes deste júri bem como do Ministério da Cultura sobre estes lamentáveis fatos.