No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




sexta-feira, 25 de março de 2016

Epitáfio para Manuela

Veja o primeiro nome da lista de dinheiro recebido da Odebrecht. 
Receber 3000.000,00 desta firma é ético?
Abaixo uma desomenagem que escrevi para esta farsante no ano de 2013.



Epitáfio para Manuela

Ela era jovem
até bonitinha –
que me perdoem as feministas
de mentirinha.
Dizia revolucionária
socialista-evolucionista-progressista.
Estudante virou deputada federal
assento no Planalto Central
carreira para prefeita municipal.

Um dia antigo camarada falou:
corrupção na latrina eleitoral
ela apenas sentenciou:
o público é apenas privada pessoal
o delator-detrator é um Zé-Ninguém.

Seus cabelos ficaram cor de acaju
toda jururu sebosa gordurosa
sumiu no plenário
apenas grande mar de olhos medrosos
bandeiras de cifrão.

Lá fora milhões de Zés-Ninguém
cafusos mulatos mamelucos
brancos negros índios:
devolvam nossos votos
o espetáculo acabou.

Na profunda cova do esquecimento
João Amazonas chorou.
Chora chora
a Revolução acabou

soterrou – a corrupção triunfou.

domingo, 20 de março de 2016

Dilma e seu Defunto Debaixo da Cama

Legais Sim! A "presidenta" ligou para um suspeito de graves crimes contra a Democracia, logo configura-se como um flagranre de conspiração criminosa. É aquela história, se em uma invasão de domicílio não autorizada, encontra-se um cadáver debaixo da cama, a Lei não vai mandar que devolvam!
Mas isto é assunto velho, que já comentei há oito anos atrás com a "Teoria Jurídica" do "Defunto Debaixo da Cama":
Ler mais no link abaixo:


Escutas clandestinas de telefones deveriam ser consideradas uma ofensa séria à democracia e...

segunda-feira, 7 de março de 2016

Cangaceiros e Torturadoras

Um artigo infelizmente atual...

          Tenho um velho hábito, herdado de meu pai, que é recortar notícias que considero interessantes, datá-las e guardar dentro de um livro que trate de um assunto correlato.  Esta prática, em geral nos propicia descobertas interessantes, como aconteceu outro dia ao retirar da estante o livro Cangaceiros e Fanáticos de Rui Facó.  Abaixo apresento em fac-símile alguns recortes que tratam da violência no nordeste brasileiro, há quarenta anos, e que estavam guardados entre as páginas deste livro.  A primeira notícia fala da saga do menino Pedro Gonçalves de Sá, preparado durante onze anos para vingar a morte de seu paiEste acontecimento teve os ares de uma tragédia grega, muito comum no nordeste brasileiro, tendo sido retratado na literatura por Adonias Filho em seu romance Corpo Vivo, que descreve a história de Cajango, criado por seu tio, o meio-índio Inuri, para tornar-se um jagunço cruel com os poderosos, da zona cacaueira baiana, que exterminaram a sua famíliaEm entrevista na época, o autor deste romance declarou que a história de Cajango era baseada em fatos reais.  As outras notícias falam da violência cometida pelos políticos e das barbaridades policiais.




Notícia 1 - Publicada no Jornal do Brasil, 23 de dezembro de 1967.


Notícia 2 - Publicada no Jornal do Brasil, 23 de dezembro de 1967.

          Enquanto estes recortes dormiram no interior de um livro durante quatro décadas, a violência no Brasil manteve-se ativa, apenas mudando a sua roupagem.  Os políticos nordestinos não ficam mais por apenas dando tiros uns nos outros e vivendo da indústria da secaEles, em certo sentido, progrediram – graças à deformação da representação eleitoral, imposta pela ditadura e sacramentada pela nossa Constituição – e hoje se uniram aos empresários do sudeste, deram empregos a alguns acadêmicos, cientistas, jornalistas e intelectuais, incluindo seus familiares e filhos ineptos, para construírem a maior máquina criminosa para assaltar os cofres públicos deste país, em uma ação temperada por uma pseudo-ideologia esquerdista.  O triste disto é que enquanto até os traficantes de drogas do Rio de Janeiro investem em atividades semi-ilegais, como as “vans” do transporte alternativo, esta máfia é incapaz de investir em uma simples fábrica de vassouras, de modo a dar algum emprego aos seus conterrâneos, que acabam na prostituição, em subempregos no Rio ou São Paulo ou indo devastar a Amazônia na luta pela sobrevivência.
          Decorrente desta corrupção generalizada, a criminalidade cresceu nos centros urbanos onde o contrabando, tráfico de drogas e uso de armas militares contaminam a sociedade e o poder político, arrombando até as portas dos Tribunais Superiores
          Enquanto inocentes são vítimas de uma violência generalizada que impera em nosso país, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, fica burocraticamente olhando os aviões que caem, o Ministro da Justiça, Tarso Genro, ainda tenta manter uma pose de grande jurista apenas dando declarações vazias para esconder a sua incompetência e o Secretário Nacional de Segurança Pública, Antonio Biscaia, continua desaparecido para não prejudicar o seu empreguinho.  Mas, no Rio de Janeiro temos muita ação.  O Governador Sérgio Cabral faz um marketing da violência com suapolítica de enfrentamentoque consiste em dar uns tiros nas comunidades carentes, de acordo com aquela máxima fascista de que todo pobre é ladrão até provar o contrárioEste governador até hoje não apresentou um plano para resolver a crescente violência sob a sua administração e ainda fica devendo uma explicação de qual a diferença entre meia corrupção e meia honestidade, que a contravenção corre solta em seu Estado



Notícia 3 - Publicada no Correio da Manhã, 10 de dezembro de 1968

          O fato mais bárbaro e violento que presenciamos nestes dias, mostrando que a nossa sociedade ainda está em níveis primitivos na questão de direitos humanos, foi a prisão de uma jovem de quinze anos em uma cela masculina, no Município Paraense de Abaetetuba.  A jovem foi mandada para o seu martírio por uma mulher, a Delegada Flávia Verônica e foi mantida em seu estado de sofrimento pela juíza Clarisse Maria de Andrade que teve conhecimento do caso e não tomou nenhuma providênciaIsto tudo em um Estado governado por uma mulher, Ana Julia Carepa, do PT, e que tem também como Secretário de Segurança Pública outra mulher, Vera Lúcia Tavares.  Em nota oficial estas autoridades confessam indiretamente que tinham conhecimento deste caso bem como de outros que afloraram, que declararam que no início deste governo petista o Pará contava com 132 municípios com delegacias, das quais apenas seis com celas especiais para mulheres e que no atual governo construíram e reformaram somente onze delegacias com celas femininas.  Para agravar a desídia destas autoridades, enquanto a menina L.A.B., de quinze anos, com um metro e meio de altura e pesando trinta e cinco quilos, era mantida presa, estuprada, torturada e queimada com pontas de cigarros em uma fétida prisão paraense, a governadora petista do Pará, Ana Julia Carepa, divertia-se em Brasília em uma festa amazonense patrocinada com recursos públicos, balançando o seu traseiro – cultivado com muita mordomia –, dançando o carimbó com o representante da Igreja Universal no governo Lula, o Vice-Presidente José Alencar – em uma espécie de reedição da dança da pizza da deputada Ângela Guadagnin ao comemorar a impunidade de um colega petista por ocasião do episódio do “valerioduto” no ano passadoPara completar este quadro de total descaso pelo sofrimento humano a Ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, apenas queixou-se da “triste coincidência” do caso da menina torturada com a festa promovida pela sua administração, no Canecão, na cidade do Rio de Janeiro, com a realização do showPor uma vida sem violência”, com a participação de vários cantores famosos, tudo pago com o dinheiro públicoPara agravar mais ainda este quadro criminoso, o Ministro da Justiça Tarso Genro, do alto de seu pedestal jurídico, declarou: Todos nós nos sentimos violentados e agredidos, mas lamentavelmente este tipo de violação de direitos humanos no Brasil não é incomum, o que em bom português significa dizer, isto não é comigo
          Este caso leva-nos a duas reflexões: a primeira é que uma maior participação feminina no poder melhoraria a sociedade brasileiraEste mito foi desfeito, que o presente caso revela um time de mulheres totalmente complacentes e insensíveis com a torturaOutro ponto importante é que a impunidade de Lula, com essa história de afirmar que nunca sabe de nada, é uma chaga que deve ser combatida em nossa sociedade, que um Presidente da República não pode desconhecer crimes em sua administração, assim como a Governadora, a Secretária de Segurança, a Juíza e a Delegada do Estado do Pará e os Ministros que não conseguem resolver problemas com responsabilidade, devem ser punidos e afastados.  Portanto, devemos exigir uma punição severa para estas autoridades que parecem zombar dos preceitos mínimos de civilização
          Afinal as nossas leis são apenas decorativas ou para valer?

Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2007.
Teócrito Abritta