No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




sexta-feira, 4 de junho de 2021

A China que eu vi


          Quando vejo a China lançando uma estação orbital, fazendo explorações no solo de Marte, fico pensando neste país que conheci há pouco menos de trinta anos. 

          Lá estive em julho de 1992 em pleno verão.  Grandes cidades, como Xangai, eram constituídas de casas simples, mas tudo limpo e organizado.  Pelas manhãs eu ficava admirado em ver da janela do hotel uma multidão de pessoas praticando tai chi chuan.  Para mim, aqueles movimentos coordenados eram a chave do progresso deste povo: união, organização e educação. 

          Nas largas e imponentes avenidas de Pequim poucos carros circulavam em meio às bicicletas. 

          Quando encerrava o trabalho nas indústrias, uma massa compacta de bicicletas tomava as ruas.  Mesmo as operárias, se vestiam com roupas de seda, o que as tornava ainda mais belas.  Lá iam para casa, pedalando suas bicicletas, prendendo as saias com pregadores de roupa para não deixar que voassem, exibindo suas pernas e um pouquinho mais. 

          Via-se poucos visitantes estrangeiros, mas Pequim e suas atrações era invadida por uma massa de turistas chineses – vindos de cidades do interior – que aproveitavam as férias de verão e a melhora do nível de vida para conhecerem seu país. 

          Hoje, neste mundo globalizado, seria impensável conhecer alguém que nunca havia visto uma pessoa com o tipo físico como o da Cristina, minha mulher (ver fotos abaixo).

          Em meio à multidão que visitava a Muralha da China, Cristina era disputada como se fosse um ser de outro planeta. Todos pediam para tirar fotografias com ela. 

          Era um gigantesco mundo pequeno...