No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




quinta-feira, 19 de setembro de 2013

TOGAS SUJAS


Rimas Podres

(Troppo ma non Allegro)

 

Senhores mensaleiros

novatos

palpiteiros

não sou de nomear inomináveis

profiro o Ipso Facto.

 

Para voto de Minerva

abro o livrinho de brocardos

apenas lendo os achados

(achacados)

 

Sententia facit de albo nigrum,

[de quadrato rotundum.

para este povinho sem noção

dou logo a tradução:

A sentença faz do branco preto,

[do quadrado redondo.

 

Nem Quaestio Juri

ou Quaestio Facti

 

Nem coluna do meio

ou coluna do vassalo.

 

Palpite Supremo

é coluna ao lado.

 

Para terminar

Ubi commodum,

            [ibi incommodum!

– onde está a vantagem,

[deve estar o ônus!

 

Amém.

domingo, 15 de setembro de 2013

SUPREMOS PERSONAGENS


Caro leitor: este artigo, publicado no Montbläat 147, de fevereiro de 2006, nos lembra tristemente da tragédia brasileira, onde os cenários são imutáveis e os personagens apenas mudam de nome, ou mais apropriadamente, de alcunha.

Neste início de ano resolvi não tirar férias, como zerar minhas informações, deixando de ler jornais por mais de um mês, de modo a melhorar a percepção da situação nacional e internacional. Aproveitei para reler Lima Barreto, escritor que muito admiro. Os livros escolhidos foram Recordações do Escrivão Isaias Caminha e Triste Fim de Policarpo Quaresma. Essas obras, respectivamente publicadas em 1909 e 1911, são povoadas de personagens abjetos, servis, sem caráter, corruptos, jornalistas de aluguel e carreiristas desavergonhados, não escapando nem o Marechal Floriano que usa o seu poder de vida e morte para sonegar impostos municipais da fazendola de sua propriedade. Na época, uma das críticas recebidas por Lima Barreto era que seus personagens estavam simplesmente sendo transferidos da realidade como uma chapa fotográfica que imprime diretamente no papel a imagem captada, sem nenhuma criação literária que trouxesse universalidade e perenidade.  Portanto, no futuro, as novas gerações não encontrariam nenhum sabor em sua obra, pois o interesse épico desapareceria juntamente com a geração fotografada. Ledo engano! Ao voltar a ler jornais, estavam os personagens de Lima Barreto como se o tempo fluísse tal qual uma espiral. Se olharmos a projeção desta espiral no plano horizontal, veremos as tristes figuras no mesmo ponto. Se subirmos no eixo vertical do tempo, elas se destacam e se ampliam com a complexidade da sociedade e suas infinitas dobras e frestas por onde se esgueiram os agressores.

          Subindo nesta espiral, ao ligarmos a televisão, nos deparamos com o representante de um partido dito revolucionário, fundado em 1922, que com voz mansa e arrastada serve de capacho para o poder, fazendo Astrogildo Pereira tremer na sepultura. Ao lermos os jornais nos chocamos com um Presidente da República pregando a ignorância e o racismo ao mesmo tempo em que se declara legítimo representante do povo por ser um cafuzo, mas sempre tentando se branquear com seus ternos Armani e aviões de luxo. Não devemos esquecer que em plena época de fanatismo religioso o nosso Vice Presidente da República se bandeou para um partido que entre outras coisas prega que as festas populares de São Cosme e Damião são coisas do Demo.  Enquanto isso, a governadora do Rio posa de fundamentalista religiosa defendendo o ensino do Criacionismo! E o personagem encenado pelo douto Ministro da Justiça que gostava tanto de falar dos planos de segurança com aquele ar de entendido e que agora simplesmente sumiu depois de um telefonema de um ex-governador acusado de corrupção. Por onde anda a Ministra do Meio Ambiente, cuja única ação pública foi há mais de uma década por ocasião da morte de Chico Mendes? E os nossos Teólogos da Libertação que preferem falar do sexo dos anjos a criticar os companheiros que exploram a e a ignorância. E os membros do Supremo Tribunal Federal que se calam com os desvios éticos recorrentes e agressões à Lei Orgânica da Magistratura?

Infelizmente os críticos de Lima Barreto estavam errados e seus personagens vivos como nunca a roerem a nossa Sociedade e paciência!

Sugiro aos esquerdistas de ocasião ou de bolso (sem dupla conotação), que leiam as outras obras deste escritor e, tratando-se de literatura, procurem o significado de Homem de Subsolo na obra de Dostoievski ou de Lumpen-Proletariado nas obras de Marx-Engels. Com estes conceitos claros, poderemos agir criando uma reação séria à triste situação brasileira de miséria e desesperança crescentes, banindo estas excrescências da vida nacional.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O BOI BARROSO E O SUPREMO


Esta é uma das belas peças de nossa Cultura Popular, que descreve um boi encantado, difícil de ser capturado.  Não fosse uma ofensa às nossas mais puras tradições, seria uma metáfora perfeita para a dificuldade de encontrar comportamentos isentos, éticos e jurídicos em nossa mais alta corte judiciária.

          Podemos exemplificar com o comportamento do último ungido para o Supremo.  Passado o beija-mão, tapinhas nas costas e felicitações no Senado Federal, o ministro Barroso tirou sua máscara feniliana, falando e agindo mais como um palpiteiro do que jurista.  Primeiro tentou minimizar o crime dos mensaleiros.  Depois, contra qualquer comportamento esperado de um jurista, esqueceu-se de se ater aos autos e passou a elogiar a figura do réu Genoíno.  Por fim, ofendeu a inteligência da população tentando criar nas entrelinhas da Carta Magna uma diferenciação entre ladrões-deputados condenados em prisão aberta ou fechada.  E agora tenta anular todo o penoso processo de dar um pouco de dignidade ao Supremo Tribunal Federal, com a oportunidade de fazer justiça e não ser mera instância burocrática que fornece atestados de bons antecedentes para os ladrões de casaca que têm seus crimes prescritos.

A sociedade brasileira não pode tolerar estes desvios que suportam e eternizam a corrupção em nosso país, com a deterioração de tribunais superiores, câmaras legislativas e da administração pública.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

11 de setembro de 1973


          Os anos 60 e 70 foram trágicos para a Democracia na América do Sul com governos legitimamente eleitos sendo substituídos por Ditaduras Militares.  Em 11 de setembro de 1973 morre Salvador Allende, Presidente do Chile e com ele a esperança de mudanças. 

Hoje lentamente tentamos o caminho democrático, mas não podemos nos iludir, pois aqui no Brasil, por exemplo, estamos cada vez mais próximos dos horrores do golpe de 64, com movimentos de reinvindicações trabalhistas sendo sufocados pela repressão policial, a corrupção generalizada drenando recursos da Educação e Saúde, tudo celebrado pela “Nova Direita Brasileira” que une pessoas como Lula, Dilma, Sarney, Collor, Maluf e o pior do Brasil. 
 
 

sábado, 7 de setembro de 2013

O Doi-Codi de Dilma Dói


Dói quando Dilma rosna: Doi-Codi é tão distante da embaixada brasileira na Bolívia como o céu é do inferno.

Dói quando Dilma cala-se diante do comandante do Exército afirmando: visitar as instalações da Polícia do Exército, antigo centro de torturas, é provocação barata.

Dói quando o antigo SNI é ressuscitado como Abin, com seus agentes provocadores queimando pneus em Brasília, quebrando lojas no Leblon.

Dói quando os infiltrados de Sérgio Cabral promovem vandalismo no Rio de Janeiro.

Dói quando Dilma fatia o Brasil, tal capitanias hereditárias, doando o setor elétrico para Sarney e a Petrobrás para Collor.

Dói quando forças federais matam índios em Mato Grosso do Sul.

Dói quando seus aliados somem com pessoas.

Dói com trinta e nove ministérios distribuindo dinheiro brasileiro para mensaleiros.

Dói quando Supremos Ministros, pagos com dinheiro público, defendem ladrões e mensaleiros.

Dói quando a TV Globo chama o povo de vândalo e arruaceiro.

Dói com Dilma cercada de pessoas que estariam atrás das grades se não fossem as benesses do poder.