No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O BOI BARROSO E O SUPREMO


Esta é uma das belas peças de nossa Cultura Popular, que descreve um boi encantado, difícil de ser capturado.  Não fosse uma ofensa às nossas mais puras tradições, seria uma metáfora perfeita para a dificuldade de encontrar comportamentos isentos, éticos e jurídicos em nossa mais alta corte judiciária.

          Podemos exemplificar com o comportamento do último ungido para o Supremo.  Passado o beija-mão, tapinhas nas costas e felicitações no Senado Federal, o ministro Barroso tirou sua máscara feniliana, falando e agindo mais como um palpiteiro do que jurista.  Primeiro tentou minimizar o crime dos mensaleiros.  Depois, contra qualquer comportamento esperado de um jurista, esqueceu-se de se ater aos autos e passou a elogiar a figura do réu Genoíno.  Por fim, ofendeu a inteligência da população tentando criar nas entrelinhas da Carta Magna uma diferenciação entre ladrões-deputados condenados em prisão aberta ou fechada.  E agora tenta anular todo o penoso processo de dar um pouco de dignidade ao Supremo Tribunal Federal, com a oportunidade de fazer justiça e não ser mera instância burocrática que fornece atestados de bons antecedentes para os ladrões de casaca que têm seus crimes prescritos.

A sociedade brasileira não pode tolerar estes desvios que suportam e eternizam a corrupção em nosso país, com a deterioração de tribunais superiores, câmaras legislativas e da administração pública.

2 comentários:

  1. Só posso felicitá-lo por sua dignidade,postura e comentários lúcidos sobre a situação dramática que estamos vivendo que de fato eternizam como você diz a corrupção em nosso pobre pais.
    Deixo aqui o meu abraço e peço que se ainda estiveres no grupo do Ivan um abraço pra cada um, e pro nosso amado professor.
    Sigo escrevinhando mas agora com uma professora de literatura que vem me ensinando e muito me estimulando.
    Gilda Niemeyer.

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  2. Obrigado pelo comentário. O Supremo, que poderia ser uma esperança, está contaminado pela "baixa advocacia" tão bem definida por Millôr: "advocacia era sua maneira legal de burlar a lei". Como poderemos "limpar" este tribunal?

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