No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




quinta-feira, 25 de março de 2021

As Plêiades

 

          Revendo velhas fotografias, lembrei-me da visão noturna de um céu estrelado, onde as Plêiades brilhavam (ver figura abaixo) como nunca. Fiquei pensando na universalidade das reações humanas diante da natureza. No caso das Plêiades, várias culturas têm lendas parecidas. No Pantanal, reproduzo a origem da lenda destas estrelas, através do texto abaixo de Manuel Cavalcanti Proença, tirado do seu livro Manuscrito Holandês, onde narra a saga do anti-herói Mitavaí.

 

          “O caboclo aguardou o sono. Pelo rio, sete canoinhas vinham descendo a correnteza.  E subindo a noite. Em cada embarcação, uma garça branca trazendo na cabeça guirlanda de foguinhos da lua cheia. Iluminado o silêncio aos sons da cantilena de Mitavaí, escoavam afluentes e esperanças. Na madrugada, o verde soprando o vento a embalar a mata. Sete garças. Sete luas. Sete estrelas.

          Defronte do porto fizeram ciranda, numa reverência, e depois foram ficando leves, subindo.  Debaixo, parecia balão de Santo Antônio enfeitado de lanterninhas. Chegaram no céu e se arrumaram com cuidado perto do chifre do Touro.

          Desde esse dia o setestrelo ficou expiando para nós.”

 

Na mitologia grega, as Plêiades eram filhas de Atlas e Pleione, filha do Oceano.  Quando Pleione estava passeando pela Beócia com suas sete filhas, foi perseguida pelo caçador Órion por sete anos. Júpiter, com com pena delas, apontou um caminho até as estrelas e elas formaram a cauda da constelação do Touro. 

As Pléiades são: Electra, Maia, Taigete, Alcione, Celeno, Asterope e Mérope



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