Revendo velhas fotografias, lembrei-me
da visão noturna de um céu estrelado, onde as Plêiades brilhavam (ver figura
abaixo) como nunca. Fiquei pensando na universalidade das reações humanas
diante da natureza. No caso das Plêiades, várias culturas têm lendas parecidas.
No Pantanal, reproduzo a origem da lenda destas estrelas, através do texto
abaixo de Manuel Cavalcanti Proença, tirado do seu livro Manuscrito Holandês,
onde narra a saga do anti-herói Mitavaí.
“O caboclo aguardou o sono. Pelo rio,
sete canoinhas vinham descendo a correnteza.
E subindo a noite. Em cada embarcação, uma garça branca trazendo na
cabeça guirlanda de foguinhos da lua cheia. Iluminado o silêncio aos sons da
cantilena de Mitavaí, escoavam afluentes e esperanças. Na madrugada, o verde
soprando o vento a embalar a mata. Sete garças. Sete luas. Sete estrelas.
Defronte do porto fizeram ciranda,
numa reverência, e depois foram ficando leves, subindo. Debaixo, parecia balão de Santo Antônio
enfeitado de lanterninhas. Chegaram no céu e se arrumaram com cuidado perto do
chifre do Touro.
Desde esse dia o setestrelo ficou
expiando para nós.”
Na
mitologia grega, as Plêiades eram filhas de Atlas e Pleione, filha do Oceano. Quando Pleione estava passeando pela Beócia com suas sete filhas, foi perseguida pelo caçador Órion por sete anos. Júpiter,
com com pena delas, apontou um caminho até as estrelas e elas formaram a cauda
da constelação do Touro.
As
Pléiades são: Electra, Maia, Taigete, Alcione, Celeno, Asterope e Mérope
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