No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Malfeitos e Malfeitores

E a Famiglia da corrupção já ameaça estragar 2012 com sua podridão!

Supremo Tribunal Federal
Como faremos uma correição no Supremo? Seria através do Senado? Acredito que não! Apenas um amplo movimento de Resistência Civil poderá modificar esta situação secando as fontes de renda da corrupção.
A situação deste tribunal é preocupante para a Sociedade Brasileira, posto que seus membros são protegidos por princípios constitucionais como: vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos etc. Princípios que seriam uma garantia de julgamentos isentos e não a falta de critérios que impera nesta Corte. Infelizmente os critérios de escolha dos ministros deste tribunal passam ao largo do conhecimento jurídico ou dos critérios de independência e retidão. Na prática o que impera nas indicações é um preenchimento de cotas raciais, representação feminina, cotas da advocacia de empresas, amizades, fidelidade partidária, parentesco, ser “aprovado” em entrevista com a “presidenta” – como noticiou Veja, para o caso de um dos últimos ungidos – etc. Isto tem levado à decisões totalmente contraditórias aos princípios constitucionais ou ditames legais, com os magistrados mudando constantemente seus votos ao sabor de forças que só Deus sabe. Para completar, este festival de irresponsabilidades, temos agora o recesso jurídico de fim de ano, não estando as Supremas Consciências nem aí para a prescrição dos processos de mensaleiros e de toda a malta que saqueia o Brasil.

Censura
É muito importante manter a memória dos horrores da censura. Recentemente esta prática tem se manifestado em várias esferas governamentais: podemos começar com o Supremo Tribunal Federal, que deveria fazer justiça, mais prefere censurar pelas mãos de seu presidente, o douto Peluso, o nome dos magistrados envolvidos em falcatruas e crimes diversos e que continuam por aí julgando. Ah, o mais triste é a ministra dos direitos humanos, Maria do Rosário, cassando a palavra da filha de Rubens Paiva, massacrado pela ditadura. Dilma não poderia deixar de dar sua colaboração a esta odienta prática – segundo a revista Carta Capital (Ver “A Máfia Fardada”), a seu pedido, o procurador geral da República engavetou a denúncia de corrupção contra o general chefe do Exército e diversos outros generais envolvidos com os escândalos no ministério dos transportes. Mas, enquanto Peluso “rasga” documentos oficiais, de modo a apagar as pegadas da corrupção que foram prescritas pelo ineficiente e irresponsável Supremo, o procurador geral mostra eficiência em “estudar” um processo contra a digna Juíza Eliana Calmon.
Deixando de lado estas excrescências, lembro que uma boa fonte de leitura sobre a censura no Brasil é a antiga revista “Civilização Brasileira” (também censurada por diversas vezes), em particular o seu número 10, de sua segunda fase, de abril de 1979, onde é publicado na íntegra a “peça jurídica” “O Erotismo na Literatura: O caso Rubem Fonseca”. Felizmente o juiz encarregado de julgar o Escritor havia nomeado para seu perito judicial, Afrânio Coutinho, que arrasou qualquer argumento pela censura a uma obra literária.

A “presidenta”
Assim como ontem, Policarpo Quaresma se indignava com o Grande Marechal Floriano e suas mesquinharias que o levavam a tolerar a corrupção, hoje nos indignamos com um Presidente da República que transforma a administração pública numa extensão de suas propriedades, misturando interesses privados e partidários com o Estado Brasileiro. Ontem, a violência repressiva pura. Hoje, a sofisticação da violência da corrupção que destrói a ética e todos os princípios por que lutamos desde Lima Barreto.
É assustador o avanço da corrupção com uma unanimidade na defesa dos “malfeitos”, unindo desde Dilma a Sarney, passando pelo “vacilante” Peluso e o objetivo Marco Aurélio com seus “pecadilhos” que sistematicamente facilitam a impunidade. Com este blábláblá de que não existem provas (palavras de Sarney) ou o mais grave, as declarações da “presidenta” de que ninguém deve explicações de sua vida particular (mesmo envolvendo dinheiro público) nada é apurado. Pensar em uma comissão de apuração independente das tais de “rigorosas apurações” de Dilma, nem pensar. E assim a revista Forbes vai publicando que o Brasil é o país de geração espontânea de milionários. Se o procurador geral da república não fosse da “linha” Peluso e outros – por exemplo, a denúncia contra o comandante do Exército por suspeita de corrupção está engavetada – há muito já teria feito uma denúncia contra Dilma, no mínimo por crime de irresponsabilidade devido a sua “solidariedade” extremada com os suspeitos de corrupção. Afinal, devemos parar de tentar tampar o sol com uma peneira. A verdade é que vivemos em um regime econômico que chamo de “Capitalismo Reverso” – onde a livre concorrência e competência foram substituídas pela velha propina – e em um regime político que chamo de “Nova Direita Brasileira”, onde prevalece a mentira, a sede pelo poder, o lucro fácil. Uns fingindo de esquerdistas-progressistas-socialistas, outros com a verdadeira face da velha direita reacionária com o único objetivo de enriquecer predando o Brasil. Assim, corrupção, desmatamento, milícias criminosas e outras práticas ilícitas é que sustentam este regime. Dilma, Lula e Lupi são peças nesta engrenagem que une desde Sarney ao PCdoB.

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