No excelente
artigo Lula Africanus (ver O Globo,
12 de novembro de 2007) Pio
Correa compara o nosso presidente a M`Shimba-M`Shamba,
a entidade africana
da beneficência, reverenciada por
vários povos
da nação banto,
tal a quantidade
de benesses distribuída aos países africanos
com o dinheiro
do povo brasileiro,
que por
aqui sofre de toda
sorte de carências. Abaixo
transcrevemos parte deste artigo:
Moçambique foi banhada, como
Danaë, com US$315 milhões
(dinheiro do povo
brasileiro, não
do bolso do presidente),
o Gabão foi aquinhoado com US$36 milhões, a Nigéria com
US$83 milhões, o Congo-Kinshasa teve perdão de dívida
de US$400 milhões correspondente
a empréstimo que
o governo brasileiro
havia sido bastante idiota
para lhe conceder; até Cabo Verde, onde uma escassa
população disputa
com gaivotas
o espaço de algumas pequenas
ilhas, recebeu US$2,7 milhões como ficha de consolação. Mesmo
Burkina-Fasso e Ruanda-Burundi, países cuja posição geográfica, e até
sua própria
existência, são
ignoradas da maioria dos brasileiros, entraram nas cogitações de nosso presidente
itinerante. O cúmulo
dos cúmulos, porém,
foi a promessa da abertura
de linha de crédito
de US$1 bilhão, para
quem se dispunha a investir
em Angola.
Aqui pela
América Latina, as benesses
de Lula podem levar
os povos andinos
a confundi-lo com o antigo
herói mitológico
Viracocha que
era um
criador, civilizador e muitas vezes descrito como
um venerável
ancião com
barbas, levando um
cajado na mão. Esta imagem
levou alguns cronistas a identificá-lo com algum personagem histórico,
quem sabe Jesus Cristo,
encarnado em
nosso Frei
Galvão representado hoje em dia pelo nosso presidente, em
uma versão mameluca
deste antigo deus andino. Para reforçar esta imagem Lula
distribui presentes aqui
pela América Latina,
que vão
de refinarias doadas a Morales, passando por
aviões de treinamento
militar doados para diversos países,
para não falar de financiamentos, como
o de um bilhão de dólares para
Cuba.
Podemos falar também
nas vantagens indiretas
propiciadas por Lula,
como fechar
os olhos ao contrabando,
às armas de guerra
e drogas que
chegam do Paraguai e da Bolívia, a liberdade
com que
os membros das Farc entram no território brasileiro e
exportam drogas pelos
rios amazônicos
para o povo americano, para não falar em todo o lixo e poluição que chegam da Venezuela e da Colômbia, com as atividades
de mineração e refino de drogas na Amazônia
destes países.
Mas todo Deus apresenta outra face
cruel de modo
a impor respeito
e dedicação de seus
fiéis. Infelizmente,
esta face de nossa
encarnação divina
está permanentemente voltada para os brasileiros.
Lula e o PT chegaram ao poder
com um
projeto populista de esquerda, mas
de imediato se uniram às aristocracias nordestinas e nortistas de escravistas, depredadores ambientais e toda a sorte de
forças do atraso
unidas habilmente às elites econômicas corruptas do sudeste. Os anseios
populares são
controlados com o analfabetismo, a
mistificação religiosa e os movimentos sociais
chapa-branca como MST, UNE e vários sindicatos. Para as frustrações da classe média temos o big
brother e a TV Pública. Para os intelectuais desonestos
foram criados milhares
de cargos públicos
sem concurso. Outro dia discuti com
um jovem
alto funcionário
do IBAMA e fiquei impressionado como ele, do alto do
seu título
de PhD, recentemente recebido nos Estados
Unidos, defendia a união com
os tradicionais e corruptos políticos paraenses.
O seu universo
era apenas
formado pelos ganhos
financeiros, cargos governamentais
e viagens internacionais
à custa do erário público.
Para
as críticas, consideradas inadmissíveis, o nosso
semideus responde
com mais
castigos para
o populacho, mandando-nos a febre amarela, dengue, meningite
e as esquecidas epidemias do verão passado como as febres aftosa
e maculosa. Isto
tudo depois
de anos sonegando as verbas para a saúde pública, que iam diretamente
das fontes arrecadadoras da CPMF para os mensalões. Mas, apenas
sofrimento não mostra
poder, é necessário tripudiar sobre os mortos, o que é
feito com
uma lúgubre eficiência
pelo assessor especial de Lula
para Assuntos
Internacionais, Marco
Aurélio Garcia, que zombou das vítimas do caos
aéreo com gestos obscenos
e pela Ministra
do Turismo, Marta
Suplicy, que cinicamente declarou que os mortos pela febre amarela são apenas frutos
de boatos.
Mas para manter
a enganação é necessário mostrar
uma posição pseudo-esquerdista, como convocar os
“cumpanheiros” Uribe e os traficantes das Farc para entendimentos, o que
seria equivalente se o Presidente da
Colômbia convocasse Lula e os chefes do tráfico
de drogas do Rio
de Janeiro para
unificarem as suas facções,
parando com as balas
perdidas que diariamente ceifam vidas. Neste caso não seria surpreendente, pois o mundo do crime não é muito estranho ao nosso
presidente, que
tem vários assessores
e ex-ministros envolvidos com falcatruas e recebe apoio
de governadores extremamente
tolerantes com
a contravenção, máfias
de transportes e lavagem
de dinheiro.
Esta promiscuidade
com mal
feitores vai acabar
prejudicando seriamente a sociedade brasileira e apressando a crise
energética semeada pela
incompetência federal. Depois, não tem cara feia para fotos na
imprensa que justifique aquela lengalenga de Lula de que é inocente e não sabia
de nada. É muita
irresponsabilidade entregar
um ministério
fundamental para
o desenvolvimento brasileiro
a uma figura que
parece estacionada no tempo, com seus cabelos pintados
de acaju e o seu
olhar de cifrão,
tal qual
aquele personagem
das novelas televisivas dos anos 80 chamado de Odorico Paraguaçu. Logo
na sua primeira
entrevista este
novo-velho companheiro de Lula, já conhecido como
o ministro do apagão,
mostrava a sua ignorância
total e confundia usinas
térmicas com termas. Bem, isto não deve ter tanta importância assim,
já que
para este pessoal um ministério não passa de um imenso bordel,
a exemplo de como
tratam as casas legislativas.
Mas, tem males que vem para o bem, já que este episódio está desmascarando didaticamente esta farsa de oposição
patrocinada por partidos
como o DEM, que
historicamente sempre foi afinado com as teses direitistas do atual
governo.
Nestas horas, as espertezas escolhem o PMDB para
o Lobão pai e o DEM para
o filho suplente
de senador, sem
um voto
sequer e imerso
em acusações
de falcatruas.
O mais triste
disto tudo é que
toda a História
brasileira, com
suas lutas
para criar uma democracia está sendo atirada
no lixo e retrocedemos a uma espécie de feudalismo, onde somos governados pelas famílias
Sarney, Barbalho, Lobão, Roriz e Calheiros que
maltratam o Brasil como os escravistas maltratavam seus
serviçais. Isto,
a par da desonestidade
petista, tem sido facilitado por uma distorção na representação
eleitoral, onde
um eleitor
no Acre vale mais do que uma
dúzia de paulistas.
A sociedade
brasileira tem que
agir rápido, pois estamos virando uma espécie
de Paraguai misturado com a Colômbia, em um verdadeiro império
de contrabando, drogas
e violência. Poderíamos começar
boicotando as próximas eleições em função da realidade partidária podre e da falta
de liberdade. Como
pode um candidato
independente fazer campanha eleitoral
em uma comunidade
ou região
dominada por seitas fundamentalistas, bicheiros,
traficantes, madeireiras, mineradoras ou milícias de policiais? Será
que o Exército
Brasileiro daria algum
apoio como o
fornecido ao senador Crivella para avançar eleitoralmente
sobre os tradicionais domínios de traficantes no morro
da Providência, no Rio de
Janeiro?
Isto tudo
deveria ser fruto
de uma denúncia internacional. Seria importante
iniciar de imediato
uma desobediência civil,
parando de pagar IPTU, IPVA, ICMS, bem
como contas de luz, gás,
telefone e água,
onde estão embutidos
até 30% de impostos
federais. Devemos também
fazer greves
e denúncias em
nossas organizações profissionais,
mostrando claramente os nossos colegas aproveitadores.
Com isto
tiraríamos um pouco
de dinheiro da corrupção
e dificultaríamos a facilidade da formação dos chamados movimentos
sociais chapa-branca, que agem como
verdadeiras falanges fascistas.
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E as reivindicações? Estas são
tantas que sugiro apenas
algumas:
-Reforma eleitoral, política e fiscal.
-Fim
das verbas indenizatórias, auxílio moradia
e verbas de gabinete
nos parlamentos
Federal, Estaduais e Municipais.
-Fim
dos cartões de crédito
corporativos (inclusive do Gabinete
do Presidente) e divulgação
na Internet da prestação
de contas das despesas
já efetuadas.
-Apuração,
por comissão
independente, das denúncias
envolvendo familiares do Presidente da República
(caso Lulinha etc).
-Fim
da imunidade parlamentar.
-Fim
do foro judicial
privilegiado que é a chave da impunidade.
-Fim
dos salários de vereadores.
-Fim
das nomeações de amigos e parentes e exigência
de concursos públicos
para qualquer
cargo governamental.
-Fim
do desconto antecipado do Imposto de Renda
nos salários
e do desconto compulsório
nos salários
referentes ao chamado Empréstimo Consignado (a Constituição
brasileira garante a irredutibilidade
dos salários).
-Diminuição
do número de senadores
e parlamentares em
todas as esferas de poder
e do número de ministérios.
-Proibição
de doações de dinheiro
público para
ONGs, igrejas, clubes e seitas.
-Fim
das “mamatas” diversas como imposto
sindical e cobranças de taxas em cartórios para sustentar a previdência
privada dos magistrados
(mútuas dos magistrados).
O que
estamos esperando? Vamos atirar
a primeira pedra?
Montbläat
Rio de
Janeiro, 21 de janeiro
de 2008.
Teócrito
Abritta