Não! Não! Não! Não transporás os
pórticos milenários da vasta edificação do Mundo, porque atrás de ti e adiante
de ti não sei quantas gerações foram acumulando, acumulando pedra sobre pedra,
pedra sobre pedra, que para aí estás agora o verdadeiro emparedando de uma
raça.
Se caminhares para a direita baterás e
esbarrarás ansioso, aflito, numa parede horrendamente incomensurável! − de
Egoísmos e Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de
Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira, te mergulhará profundamente
no espanto! Se caminhares para a frente, ainda nova parede, feita de Despeitos e
Impotências, tremenda, de granito, broncamente se elevará ao alto! Se caminhares,
enfim, para trás, ah! ainda, uma derradeira parede, fechando tudo, fechando
tudo − horrível! − parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará num frio
espasmo de terror absoluto.
E, mais pedras, mais pedras se
sobreporão às pedras já acumuladas,
mais
pedras, mais pedras. Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes Civilizações
e Sociedades. Mais pedras, mais pedras! E as estranhas paredes hão de subir, longas,
negras, terríficas! Hão de subir, subir, subir mudas, silenciosas, até as
Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do
teu Sonho.
Cruz e Souza
Emparedado.
Foto T.Abritta, 2010.
MI SALUDO A TAN ILUSTRE INVESTIGADOR Y ADMIRACIÓN A SU GRAN APORTE A LA CIENCIA,ARTE Y CULTURA DE LA HUMANIDAD
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