No ano de 212 a.C., após um cerco de dois anos à cidade de Siracusa, na Magna Grécia, atual Sicília, esta foi capturada pelas legiões romanas. Quando a casa de Arquimedes – que com seus engenhos ópticos e mecânicos retardou ao máximo a queda da cidade – foi invadida pelos romanos, ele estava no quintal desenhando na areia suas figuras e estudos geométricos, quando um dos soldados pisou sobre os mesmos. Noli tangere circulos meos (não toque em meus desenhos), exclamou Arquimedes em seu precário latim, sendo imediatamente morto por uma lança, que destruiu fisicamente este velho filósofo e matemático. Mas não conseguiu eliminar o seu acervo intelectual, que, atravessando os séculos, chegou até nós.







Neste blog republicaremos também artigos da minha coluna semanal BRASILIANA, do jornal MONTBLÄAT editado por FRITZ UTZERI.




quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Vila dos Confins: Mário Palmério




Quem mal lê, mal fala, mal ouve, mal vê.
Monteiro Lobato

Nas vésperas desta conturbada eleição de 2018, muitos podem se admirar com esta postagem.
          Mas a culpa é da pobreza cultural que impera nestes dias, com o total desconhecimento de nossa História, preferindo, comodamente, seguir uma espécie de seita, acreditando piamente em suas palavras de ordem sem a mínima reflexão.  Alguns – semeando o terreno para o golpismo – espalham por aí que a votação eletrônica é o caminho para a fraude eleitoral.
          Mas a História sempre deixa registros, que podem ser lidos até em obras literárias. 
          Neste sentido, assim como Guimarães Rosa, fez uma detalhada pesquisa da vida e do ambiente nos sertões mineiros, Mário Palmério registra o mesmo para o Triângulo Mineiro, em obras fabulosas como Vila dos Confins (1956) e Chapadão do Bugre (1965), romances (ver Fig. Abaixo) que são verdadeiras obras sociológicas.

Foto T.Abritta


          Este escritor foi fazendeiro, professor de Matemática, educador, tendo fundado colégios, faculdades e uma universidade.  Foi também congressista e embaixador.  Gostava também de explorar regiões remotas do Brasil, em particular a Amazônia.  De sua experiência, anotações e fotografias, nasceu sua Literatura. 
          Vila dos Confins registra a vida, costumes e a política, em particular, o processo eleitoral, a corrupção, compra de votos, coação aos eleitores sendo também analisados detalhadamente os processos de fraude na apuração manual da eleição.
          Este romance acabou sendo usado como um relatório que mudou a Lei Eleitoral da época, minorando as chances de fraude.
          Hoje, felizmente, as urnas eletrônicas praticamente zeraram a fraude eleitoral. 


Foto Histórica: O Juiz Oduvaldo Abritta, abrindo a primeira urna eleitoral da Primeira Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, na década de 50.  Acervo Teócrito Abritta.






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