Quem
mal lê, mal fala, mal ouve, mal vê.
Monteiro Lobato
Nas vésperas desta
conturbada eleição de 2018, muitos podem se admirar com esta postagem.
Mas
a culpa é da pobreza cultural que impera nestes dias, com o total
desconhecimento de nossa História, preferindo, comodamente, seguir uma espécie
de seita, acreditando piamente em suas palavras de ordem sem a mínima reflexão. Alguns – semeando o terreno para o golpismo –
espalham por aí que a votação eletrônica é o caminho para a fraude eleitoral.
Mas
a História sempre deixa registros, que podem ser lidos até em obras
literárias.
Neste
sentido, assim como Guimarães Rosa, fez uma detalhada pesquisa da vida e do ambiente
nos sertões mineiros, Mário Palmério registra o mesmo para o Triângulo Mineiro,
em obras fabulosas como Vila dos Confins (1956) e Chapadão
do Bugre (1965), romances (ver Fig. Abaixo) que são verdadeiras obras
sociológicas.
Foto T.Abritta
Este
escritor foi fazendeiro, professor de Matemática, educador, tendo fundado colégios,
faculdades e uma universidade. Foi
também congressista e embaixador. Gostava
também de explorar regiões remotas do Brasil, em particular a Amazônia. De sua experiência, anotações e fotografias,
nasceu sua Literatura.
Vila dos Confins registra a vida,
costumes e a política, em particular, o processo eleitoral, a corrupção, compra
de votos, coação aos eleitores sendo também analisados detalhadamente os
processos de fraude na apuração manual da eleição.
Este
romance acabou sendo usado como um relatório que mudou a Lei Eleitoral da
época, minorando as chances de fraude.
Hoje,
felizmente, as urnas eletrônicas praticamente zeraram a fraude eleitoral.
Foto Histórica: O Juiz Oduvaldo Abritta,
abrindo a primeira urna eleitoral da Primeira Zona Eleitoral do Rio de Janeiro,
na década de 50. Acervo Teócrito
Abritta.