A
velha Política, muito blábláblá, um Brasil que retrocede: Carnavais do
passado...
Republico este artigo como lembrança de Fritz Utzeri, editor do
Montbläat, falecido em 4 de fevereiro de 2013.
Carnaval é uma festa que começa no
primeiro domingo anterior à Quarta-feira de Cinzas e que teve origem na Grécia
antiga. Com o advento do Cristianismo,
passou a ser uma festa comemorada em oposição ao rigor da Quaresma. A palavra Carnaval, de origem latina, significa
“festa da carne”, mas hoje em dia não vamos ser tão radicais assim e pensar
apenas em muita alegria e divertimento.
Felizmente o povo brasileiro tem uma
infinita capacidade de superar dificuldades e, nos dias da folia, certamente
esquecerá um pouco destas tragédias que andam por aí.
Na nossa terrinha, em plena crise
econômica, empreiteiros e políticos lucram como nunca graças a um pomposo Plano de Aceleração do Crescimento, o
tal de PAC, que, a par dos rios de dinheiro que consome, continua empacado,
enquanto Dilma Rousseff simplesmente esqueceu-se de mostrar competência – deixando
de lado o “apagão” aéreo e a coordenação de treze ministérios para combater o
desmatamento –, para assumir uma função que está mais para “primeira dama de
Canapi”. E Lula? Este sim vai ter um bom
Carnaval, viajando bastante e ficando até com a voz alterada e olhos avermelhados
de tanto discursar por aí, pregando a ignorância, a irresponsabilidade e a
subserviência, só não falando nas tais de obras de infra-estrutura, como
saneamento, estradas, educação e saúde pública.
Afinal de contas o divertido é perdoar desmatadores e devedores da
Previdência Social.
No plano internacional, a única medida
prática e objetiva do “Change” e “Yes, we can” do Presidente Obama, será
intensificar a guerra no Afeganistão, levando mais morte e sofrimento a um povo
que quer apenas viver em paz criando as suas cabras em uma região das mais
remotas do nosso planeta. Será um
Carnaval de terror e imolação de inocentes.
Como as cenas carnavalescas mostradas
na televisão e nas revistas de fotografias se repetem ano após ano, nestes
tempos de crise não vamos gastar dinheiro comprando novas revistas. Simplesmente vamos tirar do baú exemplares de
vinte ou trinta anos atrás, onde, abstraindo-nos um pouco dos penteados, o
Carnaval parece que é sempre o mesmo. Assim,
vamos substituir o desânimo, para não falar em violência, dos atuais líderes
mundiais, para retroceder aos anos sessenta, quando, mesmo com a Guerra Fria, todos dançavam alegremente
e havia menos sangue, como mostra a charge abaixo.
Deixo como exercício a identificação de
cada um dos líderes mundiais mostrados na charge e os seus motivos de
alegria. No caso, o Presidente da
França, Charles De Gaulle, está dançando para não chorar, perdeu a Guerra da Lagosta, melhorando, na época,
a auto-estima dos brasileiros, hoje tão maltratados na Espanha, Inglaterra,
Suíça e até no Paraguai e Bolívia.
Como Carnaval também é cultura, vamos lembrar
antigas letras de músicas carnavalescas que parecem atuais como nunca.
Cachaça (1953)
(Marcha de
Mirabeau Pinheiro,
L. de Castro e H.
Lobato)
Você pensa que cachaça
é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do
alambique
E água vem do ribeirão
Pode me faltar tudo na
vida
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz
falta não
Pode me faltar o amor
Isso até eu acho graça
Só não quero que me
falte
A gostosa da cachaça
A Fonte Secou (1954)
(Samba de Monsueto
Menezes,
Tufy Lauar e
Marcleo)
Eu não sou água
Prá me tratares assim
Só na hora da sede
É que procuras por mim
A fonte secou
Quero dizer
Que entre nós tudo
acabou.
Teu egoísmo me libertou
Não deve mais me
procurar
A fonte do meu amor
secou
Mas os teus olhos
Nunca mais hão de secar
Mamãe eu Quero (1937)
(Marcha de Vicente
Paiva e Jararaca)
Mamãe eu quero
Mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamá
Dá a chupeta
Dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê
não chorá
Dorme filhinho
Do meu coração
Pega a mamadeira
E vem entrá no cordão
UM FELIZ
CARNAVAL!
Montbläat
Rio
de Janeiro, 16 de fevereiro de 2009
Teócrito
Abritta