Seu
nome é Maria do Rosário
cara
de freirinha
óculos
dependurados no nariz
olhar
focado no além
talvez
matusalém.
Ministra
dos Direitos Humanos
peleguismo
presidencial, defesa virtual.
Em
tempos de mensaleiros quadrilheiros:
pagamento
com o vil metal
– desvio real do gabinete presidencial.
Atuar
não atua não
apenas
burocrata
vã
tentativa de acobertar
a
face podre da faxineira-mensaleira
Sálvio
melhor juízo doravante,
Dessarte,
data vênia, por suposto,
Por
outro lado, maximé, isso posto,
Todavia
deveras, não obstante
Pelo
presente, atenciosamente,
Pede
deferimento sobretudo,
Nestes
termos, quiçá, aliás, contudo
Cordialmente
alhures entrementes
“Milícias ameaçam
indefesos pescadores na Baía da Guanabara.”
“Quase 37 mil jovens
serão mortos no Brasil até 2016.”
“Polícia do Rio de
Janeiro mata menino e esconde corpo em um lixão.”
Sub-roga
ao alvedrio ou outrossim
Amiúde
nesse interim, senão
Mediante
mormente, Oxalá quão
Via
de regra te-lo-ão enfim
Ipso
facto outorgado, mas porém
Vem
substabelecido assim, amém.
“Força de Segurança
Nacional e ‘gatos’ espancam trabalhadores nas obras de hidrelétricas amazônicas
do PAC.”
“Menina de treze anos
sofre bárbaras torturas após ser presa em uma cela masculina em Belém, Pará.”
Cruel
insensível inútil Rosário
ministra
fantasma burocrata da morte tortura sofrimento.
Farsa
presidencial na morte real.
Nota:
em negrito soneto burocrático de José Lino Grünewald, 1977.